As perspectivas do mercado imobiliário para 2025 21 fev 2025 min de leitura O ano de 2025 surge como um marco importante para o setor imobiliário em Portugal, num contexto de transformações significativas que abrangem políticas públicas, dinâmicas de mercado e cenários internacionais. Analisamos neste artigo as principais tendências positivas e negativas do mercado imobiliário para o ano que se inicia, designadamente quanto aos jovens. Descida das Taxas Euribor: Um Fôlego para o Financiamento Imobiliário A descida das taxas Euribor, que se prevê continuar a descer em 2025, é um dos fatores mais animadores para os consumidores. Com taxas de juro mais baixas, o custo do crédito habitação tende a reduzir, aliviando o peso das prestações mensais. Este cenário é especialmente benéfico para os jovens, que frequentemente dependem de financiamentos para adquirir a sua primeira casa e que já beneficiam das medidas introduzidas para jovens até 35 anos, com destaque para a garantia pública para compra da habitação, a que acresce as isenções previstas para o imposto sobre as transações e imposto de selo, não esquecendo os benefícios concedidos no IRS. Porém, o aumento da capacidade dos jovens e dos consumidores em geral para adquirirem uma habitação vai potenciar a procura que irá colidir com a rigidez da oferta no curto prazo, originado maior pressão sobre os preços, podendo mitigar o efeito pretendido com algumas medidas tomadas para resolver o problema da habitação. Procura Excessiva versus Oferta Escassa O desequilíbrio entre a procura e a oferta continua a ser um dos maiores desafios do mercado imobiliário. A elevada procura de casas, exponenciada com as necessidades crescentes de alojamento para emigrantes e turistas, aliada à escassez de oferta nas grandes cidades, tem impulsionado os preços para níveis insustentáveis para o mercado local, em particular para o segmento jovem que procura a primeira habitação. Este fenómeno é agravado pela falta de investimento na construção de novas habitações e pela lenta requalificação do patrimônio edificado. Embora as medidas de simplificação administrativa possam aliviar este problema, o impacto será limitado se não for implementada uma estratégia abrangente para aumentar significativamente a oferta habitacional. Nova Lei dos Solos e Habitação Pública: Um Passo na Direção Certa A aprovação da nova Lei dos Solos, que permite a construção em solo rústico para habitação pública ou a custos controlados, pretendendo ser um marco relevante para satisfazer a oferta nos segmentos de consumidores menos favorecidos. Esta medida legislativa que visa aumentar a oferta de habitação pública não parece, no entanto, poder resolver o problema das grandes cidades, onde se prevê a sua menor aplicabilidade devido à oferta de terrenos rústicos ser aqui mais escassa. Por outro lado, o governo ao definir que os 70% da área edificada a custo controlado tenham como referência a mediana das transações nacionais, deduzida a 20%, vai ter como consequência um menor impacto nos preços nos locais onde a densidade urbana é menor, ou seja, nas zonas com menor procura e onde os preços serão naturalmente mais baixos face à mediana. Acresce que será aqui que a nova lei terá maiores condições de aplicabilidade por serem os locais onde predomina a oferta de terrenos rústicos. Portanto, existem ainda desafios a superar, como seja, garantir que as respostas à falta de habitação sejam mais orientadas para as necessidades das populações-alvo, designadamente para os locais onde elas são mais necessárias. Mais informações, UrbiSeg Imobiliária. Fonte: https://cruzlanca.pt/ Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado