Foi inaugurada, na tarde do dia de ontem, o topónimo «Rotunda Poeta Joaquim Namorado», na Av. Dr. Mário Soares / Rua da Várzea de Buarcos, junto ao Centro de Saúde.
A cerimónia contou com a presença de familiares de Joaquim Namorado; os presidentes de Câmara e Assembleia municipais, Pedro Santana Lopes e José Duarte Pereira; a presidente da Junta de Freguesia de Buarcos e São Julião, Rosa Batista, outros autarcas e personalidades ligadas ao Saber, à Cultura, à Literatura e a Política, tendo na Liberdade e na Democracia o elemento agregador.
Para o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz “este é um ato de justiça, ainda que tardio”, recordando que no seu anterior mandato “tomei a decisão de não continuar com o Prémio Joaquim Namorado, essa responsabilidade é minha. Demos ao prémio literário um novo nome, «João Gaspar Simões», mas deveria ter-se continuado com o «Prémio Joaquim Namorado» ou, porventura, ter criado outro”.
É neste contexto que Pedro Santana Lopes afirmou ser “uma honra para a Figueira da Foz ter o nome de Joaquim Namorado numa rotunda, num sítio bonito até pela história que tem da sua residência na Serra da Boa Viagem”.
Dirigindo-se aos familiares de Joaquim Namorado presentes nesta inauguração, considerou o edil que “ainda bem que houve esta oportunidade, era uma falta que estava para ser reparada e tenho gosto em ter podido repará-la por minha iniciativa”.
Rosa Batista salientou que “honrar a memória de Joaquim Namorado é não permitir que caia no vazio e no esquecimento muito daquilo que foram as suas vivências por esta terras da Figueira da Foz, mais concretamente de Buarcos, onde tinha uma casa na encosta sul da Serra da Boa Viagem”.
A autarca de Buarcos recordou que “foi aqui que passou muito tempo, foi aqui que discutiu muitas ideias, pelo que entendemos que este seria o local mais adequado”.
A encerrar a cerimónia, a filha do homenageado, Maria Teresa Namorado, considerou que a inauguração “é uma honra que o município da Figueira da Foz presta à memória de meu pai que aqui não nasceu nem faleceu, mas fez desta cidade a sua terra, encontrando em muitos figueirenses, em muitos jovens universitários, um conjunto de correligionários políticos e intelectuais, uma plêiade de amigos e camaradas que consigo pensaram e defenderam as causas e os valores da Liberdade e da Democracia por que ele tanto pugnou”.
Em nome da Família, Maria Teresa Namorado sublinhou que “o seu pensamento ideológico e o seu ativismo político, cívico e intelectual deixaram marca em muitas gerações”, recordando que “a nossa casa, na Serra da Boa Viagem, era um entra e sai de amigos reunidos em seu torno, em tertúlia constante”.
PERFIL:
Joaquim Vitorino Namorado Nascimento, poeta e ensaísta português, nasceu em Alter do Chão, Alentejo, em 30 de junho de 1914.
Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicando-se, por várias décadas, ao ensino.
Desde 25 de Abril de 1974 até à sua aposentação, exerceu as funções de Professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, secção de Matemática.
Chegou a ser membro da Assembleia Municipal do concelho da Figueira da Foz, eleito pela APU.
Residiu na vertente sul da Serra da Boa Viagem, local que serviu para reuniões preparatórias da fundação do jornal «Barca Nova». Por iniciativa deste jornal, nos dias 28 e 29 de janeiro de 1983, a Figueira prestou-lhe uma significativa homenagem.
Na sequência dessa homenagem, a Câmara Municipal da Figueira, durante anos, teve um prémio literário, que alcançou grande prestígio a nível nacional.
Joaquim Namorado morre em 1986.
Fonte: https://www.figueiranahora.com
Fonte da imagem: https://www.lusofoniapoetica.com