Cais da antiga Praia da Reboleira encontrado durante as obras na Praça 8 de Maio

04 ago 2018 min de leitura

No âmbito da requalificação da zona histórica, que inclui intervenções na Praça 8 de Maio, foram encontrados achados arqueológicos do cais da antiga Praia da Reboleira, nomeadamente parte da estrutura do paredão que sustentou a primeira obra de fundo realizada, no final século XVII, na então recentemente elevada a vila Figueira da Foz. 

A Praia da Reboleira era uma das três praias fluviais que, à época, sustentava as actividades económicas ligadas à pesca e exportação de produtos que iam da cortiça ao linho e ao azeite. A pujança económica que justificou a elevação da Figueira da Foz a Vila, em 1771, foi a mesma que levou a autarquia da altura a decidir-se pelo aterro desta praia para a criação de uma grande praça pública, à semelhança do que acontecia em Lisboa e no Porto, que chegaria a albergar o edifício dos Paços do Concelho e o primeiro museu municipal.

Na sequência desta intervenção, as estruturas da praia, como o paredão de acostagem e o cais de embarque e desembarque, ficaram aterradas, não sendo conhecido, até agora, com exactidão, a sua localização ou configuração. 

“A obra está a ser acompanhada pela Direcção Regional de Cultura do Centro (DRCC) e estes achados estão a ser recebidos com entusiasmo, pelo que acrescentam ao conhecimento do património e da História locais”, explica o arqueólogo responsável da obra, contratado pela autarquia, Ricardo Nóbrega.

“Estes achados não colocam em causa nem a continuidade nem os prazos da obra, muito embora venham criar alguns desafios e justificar algumas, pequenas, alterações”, acrescenta.

“Um ou outro dia que se «perca», em termos de calendário de obra, é largamente compensado pelo que se ganha em conhecimento e pelos muitos registos, de vário tipo, que estão a ser feitos com o apoio da autarquia”, sustenta ainda. 

“A obra tem a fiscalização da DRCC, e será salvaguardada grande parte da estrutura agora descoberta, com a sinalização das estruturas e a eventual criação de uma reserva arqueológica que, mesmo não ficando visível, passa a ser conhecida e passível de ser estudada através destes registos, cartográficos, topográficos, fotográficos e outros, que estão a ser realizados”, aduz Ricardo Nóbrega.

“O que temos aqui é um compromisso muito sério entre a engenharia e a arqueologia, entre o passado e o futuro”, conclui o arqueólogo responsável pela obra, destacando “a estreita colaboração e diálogo entre a autarquia e a DRCC” e os registos efectuados, “muito além do exigido e das imposições legais”.


Fonte: CMFF


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